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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Do amor

O verbo amar é inconjugável:

porque o amor ou é para sempre;

ou não é amor.

Amando -a única maneira de viver atemporal.

Não se ama o tempo vivido, mas a vivência do amor

- concebido no impulso do sentir.

Amor - palavrinha tão singela,

que da simplicidade do querer

se faz o sentir por uma vida inteira.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Da felicidade

Felicidade é mesmo um estado sublime da alma.

Ela nos faz sorrir pelos cantos. Aos quatro ventos.

Nos leva leve, como “dente-de-leão”: livre num sopro.

Ai, a felicidade – que nos leva cintilantes.

Ela que faz dos olhos, estrelas vivas.

Brilhantes, na imensidão da noite!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E se...

E se eu decidisse que tudo que é base fosse lançado do alto...

E tudo então passaria a ser pluma - volúvel, leve, solto no vento!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Do final sem fim...

Parece que vou morrer de amor! Sinto-me náufrago do mar que eu mesma criei; e revoltei! Nesse mar que me afogo, contraditoriamente, me salvo; me mato e me trago à vida, como fênix em suas chamas. O eterno retorno, o final sem fim! “Morrendo se vive!” – preciso, assim, me matar a cada instante para voltar a me viver, em todo ele!

Meu mar tirou-me de mim. Então sinto falta do passado que não passou. Da vida que nem se viveu. Da morte que não se morreu. Do algo que nem sequer se quis. Mas meu espírito, curiosamente, repousa nos sonos dos deuses; deveras, imortal. Porque somente quem já amou é eternizado. Amor não morre. Amor é justamente a “não-morte”!

Amar é a minha lembrança que nunca passou. Meu verbo conjugado sem temporalidade. Meu paraíso no mundo, onde posso deitar meu espírito toda vez que assim o quiser. Na sua calmaria é que me faço tufão; na sua tempestade é que me faço sol; na sua revolta é que me faço acalento!

Meu paraíso está diante de mim, bastam os olhos fechar, e para lá transfiguro-me a carne. Na recordação não vivida, o suspiro vem com o seu cheiro. Ainda que sem sol, a sombra faz leito; ainda que terra batida, lençóis d’água; “ainda que inverno, uma paisagem acalenta minh’alma"; porque ainda que longe, perto. Mais que isso, dentro.

Espíritos fundidos na imortalidade do amar! Liquidificados na imensidão do (a) mar. Vasto como o universo, sem começo nem fim. Na morte, sopro da vida. Faz verão, no inverno. Outono na primavera. Junto aos galhos secos, rosas florescem no coração. Seu cheiro é doce como o jazigo em que se deita minha carne.

Da falta, “o vazio da presença”. A presença da falta – retira da ausência e depois traz de volta – a falta. Essa falta que não passa nunca, nem nunca passará. Renúncia da vida, para morte bem quista. Ainda que perto, a falta da não-vida - ausência do amor! Da necessidade do existir, a falta outra vez, porque apenas isso sana: a falta de mergulhar no (a) mar!

Um sanar contraditório, pois na cura da falta, se falta outra vez - maior. Mas, ainda assim, oxigena submerso no (a) mar. Num ciclo sem fim, redemoinho do sentir. A falta sem fim, a morte eterniza, os espíritos do amar! É final sem fim...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ode à Bonbon (ou Poema à menina-amor)

É de olhos suaves, como fina flor,

Mas intensos e fortes,

Como de menina-amor


Doçura de moça, sorriso-menina,

Dos lábios rosados,

A ternura irradia


Na pele-ocre, a luz clarifica

A alma de quem mira

A moça em calmaria


De cabelos em onda, um mar inocente,

Daquela que em vida,

Traz a pureza da semente


Olhar de soslaio, o mundo admira

A magnitude da mulher,

A ingenuidade da menina


Na simplicidade, o afeto emana

A candura doce,

Da moça que ama


É na meiguice de criança,

Que a dama agora brilha,

A cada surgir da noite,

Ao raiar o sol de cada dia.