No guarda-chuva, ela segura
De olhos fechados, escapa no ar
Da morte, voa pra vida
Em essência, sempre, lhe fez flutuar.
No breu, o encontro com a luz
Na brisa, o carinho ao luar
Agora, os sinos da chuva
À noite, sempre, a lhe acalentar.
Descerra os olhos
E os pés, já sem chão, pisam o mar
É a gota da vida,
É a ternura de Deus
Na alma, sempre, a lhe tocar.
Sente a leveza, sente a verdade
No irreal, o sutil do amar
Agora, os balões transeuntes
Com zelo e bondade,
No coração do menino, sempre, a lhe guiar.
Abrem os olhos, na tempestade, na ventania
E o medo, sem vez, põe-se a gritar
É o breu de uma vida, outrora vazia
Na mente, sempre, a lhes assustar.
De olhos abertos, uma luz ofuscante
Como estrela caída, põe se a brilhar
Na queda vazia, no sonho perdido
Uma voz, sempre, a lhes matar.
Da morte pra vida,
Mais uma vez, olhos a fechar
É pluma da noite,
É vento da chuva,
É gota de lua,
Gaivotas, sempre, livres no ar.
Da vida pra morte,
Da morte pra vida,
Poesia de Deus, sempre, a lhes convidar
Guarda-chuva de asas, balões de estrelas,
Laternas ligadas,
Sempre, a lhes acalmar.
Menina que sonha, menino que voa
Da chuva, a vida, manifesta em mar
É pluma do dia, é breu do sol
Uma luz, sempre, a lhes cegar.
No lampejo de vida, bolhas de sabão,
No céu, sempre, a lhes libertar
De olhos fechados, um amor inteiro,
Meninos, sempre, livres no ar.
Menina que sonha, menino que voa,
No céu da vida, na nuvem do amar.
Uma estrela erguida, uma luz ilumina
De volta, sempre, a lhes acalmar.
Suspiro da morte, sinos da chuva,
Uma vida vazia, se desmancha no ar.
Um choro de criança, um soluço de esperança,
É a essência querida, sempre, a lhes embalar.