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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

De mãos dadas

Ultimamente deu saudades de escrever cartas!
[Vento no Litoral, toca agora, para aumentar o grau da minha melancolia].

Então peço o endereço de sua residência para que eu possa escrever cartas. Já que não podemos ficar juntos o tempo que queremos, sinto a necessidade de mandar a você algo que minhas mãos tatearam e que saberei que as suas tatearão! De certa forma, será uma maneira de darmos as mãos mesmo distantes! Será um modo de olhar para mim, mesmo que longe da minha imagem! De me tocar, ainda que intocável!

De um jeito ou outro, haverá uma partícula de minha pele ali! Não falam que, quando tomamos banho, parte da epiderme escorre pelo ralo? Então, lavarei as minhas mãos e, quando estiverem levemente molhadas, escreverei as palavras que deverei escrever-lhe, assim, a minha epiderme cairá sobre a carta permitindo que nós fiquemos de mãos dadas por alguns instantes!

Ah, o tempo [de novo]! Te amo, meu amor! Faça um filho em mim? Quero cantar Orio para ele dormir! Ah, as saudades [como disse ontem]!Estas tais que me deixam assim assim! Mesmo aquelas que não condizem a um tempo vivido!

Dê as mãos para mim e sigamos de mãos dadas pela eternidade. Quando penso em você, fecho os olhos de saudades! Melancolia doce! Os planos podem ou não dar certo! Os planos podem existir, ora na cabeça de ambos, ora na cabeça de um, pois a ideia pode mudar, em razão de muitas razões!

Mas estaremos de mãos dadas - de alguma forma! Basta ler! Repito: faça um filho em mim para que eu possa cantar Orio na hora de ele dormir após amamentado! Mesmo que este filho viva apenas inteligivelmente por um tempo! Segue de mão dada comigo até a morte levar um de nós dois! E, quando ela chegar, com as cartas, poderemos estar de mãos dadas de novo e de novo e de novo... até que ela volte a nossas vidas e leve o outro!

Mas aí já é outra história...



2 comentários:

Marcio Mascarenhas disse...

Suprir ou não suprir? uma solidão que procura laços em uma razão e não apenas no sentimento, loucas conclusões lógicas que só humanos podem conceder. Um texto bom, pela criatividade. entretanto falta uma pitadinha de sal para o gosto. beijos a escritóra.

Fernando Niero disse...

Acho um pouco bom.
:P